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terça-feira, 26 de julho de 2011

Em uma década de cibercrime, os prejuízos chegam a bilhões


A última década marcou a evolução das ameaças virtuais e sua ascensão como uma nova forma de crime, causando prejuízos de bilhões de dólares. Só o worm MyDoom, por exemplo, que começou a atacar em 2004, causou danos estimados em US$38 bilhões no mundo inteiro.

Para se ter uma ideia desse crescimento, entre 2008 e 2009 as perdas dos consumidores causadas pelo cibercrime duplicaram para US$560 milhões somente nos Estados Unidos, de acordo com o Centro de Reclamações de Crime pela Internet, respaldado pelo FBI.



Para desvendar as atividades dos cibercriminosos ao longo dos dez anos que passaram, a McAfee apresenta o estudo "Uma boa década para o cibercrime". Para o diretor de pesquisa de segurança e comunicação do McAfee Labs, Dave Marcus, hoje o cibercrime é um dos setores que mais cresce e lucra. "Desde a criação do vírus (worm) 'I Love You', em 2000, até as ameaças atuais, observamos que esses cibercriminosos e suas táticas tornaram-se mais sofisticados. Os dias de danos ou destruição, que serviam apenas para os hackers se vangloriar, acabaram. O que importa agora é ganhar dinheiro e não ser apanhado", alerta.

No início dos anos 2000, a intenção dos cibercriminosos era chamar a atenção do mundo. Esse objetivo foi alcançado com ataques de negação de serviço (DoS) para desativar sites populares, como o CNN, Yahoo e eBay, inundando-os com tráfego. Nos anos seguintes, a preocupação passou a ser o lucro.

Foi então que surgiram ameaças como adwares, programas que exibem publicidade em troca do direito do usuário de utilizá-lo gratuitamente; e spywares, que coletam rastros e dados do internauta. Outros softwares maliciosos, como rootkits, e o aumento dos golpes de phishing, tornaram o cibercrime uma atividade com menos riscos do que o crime convencional e altos lucros. Apenas com scareware, ou seja, antivírus falsos que exigem a compra de uma licença para remover malwares que não existem, essa “indústria” já lucrou mais de US$180 milhões.

Entre as ameaças que causaram mais prejuízos, está o worm I love you, criado em 2000. Ele se espalhava disfarçado de uma carta de amor e, uma vez no sistema da vítima, passava a se espalhar entre todos os seus contatos. Esse malware custou a empresas e a agências do governo US$ 15 bilhões para desativar seus computadores e remover a infecção.

A contaminação em massa causada pelo worm MyDoom em 2004 lidera a lista da McAfee em termos de prejuízos financeiros, estimados em US$ 38 bilhões. Também disseminado através de e-mails, o worm reduziu o acesso global à Internet em 10% e a alguns sites em 50% devido ao enorme volume de spam enviado.

Ao analisar as futuras tendências do cibercrime, o McAfee Labs prevê a continuação de golpes e truques envolvendo redes sociais, como links mal-intencionados, solicitações de amigos falsas e tentativas de phishing. Os golpes provavelmente devem ficar mais sofisticados e personalizados e aproveitarão a popularidade dos dispositivos móveis para infectar um número ainda maior de usuários.

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