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terça-feira, 28 de junho de 2011

Brasil ainda é país que mais pede remoção de conteúdo à Google

Segundo a empresa, dois fatores ajudam a explicar o alto índice: popularidade do Orkut e período eleitoral.

Pela terceira vez a Google divulgou, em seu relatório de transparência, o número de solicitações de remoção de conteúdo enviado pelos Governos dos países em que atua. E pela terceira vez o Brasil lidera na quantidade de requerimentos: 263 entre julho e dezembro de 2010.
Segundo a gigante, o alto índice pode ser explicado por dois fatores. Um deles, a popularidade de Orkut, deverá manter-se preponderante nos relatórios dos próximos anos; o outro, o período eleitoral, é uma questão circunstancial, que fez com que os conteúdos com conotação política apagados aumentassem. Ainda assim, em relação aos seis meses anteriores – de janeiro a junho de 2010 – houve queda de 34% no número de moções.
Uma novidade em relação aos documentos divulgados anteriormente é que a Google passou a liberar a porcentagem de solicitações aceitas sobre o total de pedidos. No caso do Brasil, por exemplo, o índice ficou em 76%, bem atrás da Coreia do Sul (100%), mas à frente do Japão (68%).
É importante destacar que uma coisa é a quantidade de requerimentos, outra é a quantidade de páginas apagadas – já que um único apelo pode conter vários pedidos de remoção. Nesse caso, o Brasil ficou na terceira colocação (12.363), superado por Coreia do Sul (32.152) e Reino Unido (93.518). A Alemanha, em quarto lugar, teve 1932.
O que impressiona é que das mais de 12 mil remoções, por volta de 11.500 foram por conta de violação de direitos autorais no serviço de fotos Picasa – já havia ocorrido algo semelhante no período anterior. A Google destaca que bastou um pedido para que essas milhares de imagens fossem consideradas ilegais e, consequentemente, retiradas do site.
Orkut e YouTube também foram portais visados pelo Governo – que inclui o judiciário - com, respectivamente, 390 e 319 conteúdos deletados. Cerca de 70% do material apagado foi considerado difamatório. Além disso, na rede social, 56 perfis fakes foram tirados do ar, e, no YouTube, 33 vídeos foram removidos por problemas com leis eleitorais.

Investigações
Um país pode, além de pedir o bloqueio de determinada página, solicitar informações ao Google de modo a ajudar em investigações – para saber, por exemplo, os dados de uma conta de e-mail ou o dono de uma página.

Nessa classificação, o Brasil ficou em segundo, com 1804 solicitações – a companhia de Mountain View não informou o que esse número representa em termos de quantidade de usuário investigados. Em primeiro ficaram os Estados Unidos com 4601, mais que o dobro.
Por fim, a Google não deixou de lembrar seu difícil relacionamento com a China. Já que seus serviços de busca, por exemplo, são redirecionados aos servidores em Hong Kong, não houve pedidos do Partido Comunista para a remoção de conteúdo nos seis últimos meses de 2010. Nos semestres anteriores, quando a empresa ainda não usava da artimanha, ela não divulgou os índices por ordem do Governo chinês. No lugar, exibiu apenas pontos de interrogação.
“Como anunciamos em junho de 2010, usuários que visitarem a página inicial google.cn veem um link para o google.com.hk (nosso portal de Hong Kong)”, diz o texto. “Lá,  eles poderão conduzir suas pesquisas, ou, se preferirem, continuar no google.cn, onde a busca por música ou o recurso de tradução funcionam sem qualquer filtro”.

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