Quando se fala no setor de Tecnologia da Informação (TI), a busca por mão de obra especializada supera em muito o número de profissionais disponíveis. Segundo dados de uma pesquisa realizada em 2009 pelo Observatório Softex, unidade de estudos e pesquisas da Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), em 2013 o Brasil terá um déficit de 200 mil profissionais deste setor. Infelizmente, o cenário projetado há dois anos parece estar se configurando.
Quem trabalha com TI, especialmente em cargos de gerência ou gestão de equipes, sabe que a escassez de profissionais qualificados é um problema crônico e cada vez mais complicado de ser resolvido. A economia vive ritmo de expansão, a demanda por tecnologia de informação é impulsionada, mas o mercado de trabalho em áreas técnicas não segue a mesma toada.
As causas para essa carência são as mais variadas, mas a mais evidente está relacionada à discrepância entre a formação acadêmica e a realidade mercadológica. O célere crescimento da economia brasileira dos últimos anos têm refletido não apenas na infraestrutura, como também na atualização de conhecimentos. O mais comum hoje em dia é encontrar estudantes graduados à luz de tecnologias e visões incoerentes com as práticas do mercado de trabalho. Além disso, nos últimos anos, o setor cresceu num ritmo muito maior do que o da formação de profissionais nas universidades.
Os desdobramentos podem levar a problemas de dimensões muito maiores e comprometer todo o esforço dos grandes fabricantes de soluções de TI para viabilizar seus produtos. As grandes empresas, já estabelecidas no segmento, encontram dificuldades para repor vagas e encontrar profissionais para ampliar os negócios, mesmo impondo requisitos mínimos. Exemplo mais frequente ocorre no nível de média gerência.
Para driblar este descompasso, são necessárias medidas emergenciais que contemplem o desenvolvimento de ações e parcerias envolvendo universidades, empresas e entidades que representam a pluralidade do setor, como o ORAUG-BR – grupo de usuários de aplicativos Oracle no Brasil – que pretende apresentar um plano de ensino em parceria com a Oracle. Com esta integração, empresas, entidades e faculdades poderão atuar em conjunto para investir no apuro técnico dos profissionais.
O ensino à distância representa uma ferramenta potencial para explorar as capacidades de aprendizado dos produtos Oracle. Além disto, sua implementação pulverizaria a rede de atendimento de associados atendidos aqui no Brasil e em países de língua portuguesa.
Uma das principais diretrizes deverá ser o incentivo em criar equipes multidisciplinares, com formação técnica, mas principalmente com extensos conhecimentos de processos de negócios, competências em gestão e forte habilidade em liderança. Há algum tempo a área de tecnologia da informação passou a ter um sentido muito mais estratégico, contribuindo para a alavancagem dos negócios e para os diferenciais competitivos e de custo. Está mais do que na hora de formar e garimpar talentos!
*Reinaldo Nogueira é professor e coordenador de MBA na Universidade Anhembi Morumbi – Laureate Universities e Presidente do ORAUG-BR (Grupo de Usuários Oracle – Brasil).
**As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicadas refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídia ou quaisquer outros envolvidos nesta publicação
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