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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Até tu, Financial Times?View Comments

Por conta da internet, poucos setores apanham tanto quanto nós aqui da imprensa. Era uma sacudida necessária, especialmente os dinossauros, os dos jornais em papel. Gosto de acompanhar os números da indústria, mundo afora.
Agora mesmo saiu o seguinte na MediaWeek: a circulação do velho e bom Financial Times caiu para os níveis registrados em janeiro de 1997. Retrocesso de 14 anos. Marca digna de registro, considerando que o FT é… o FT. Um ícone da imprensa especializada em economia e afins.
Foram vendidos 362.685 exemplares do Finacial em maio (queda de 2,52% em relação a abril). E vai piorar. A expectativa é de que feche o ano na base dos 350 mil por mês.
A gente sabe que os leitores estão migrando para o meio digital, claro – e é o que consola o FT. Não por acaso, o jornal acabou de lançar outra versão para web, driblando a comissãozinha que tem que pagar à Apple – na leitura via iPad, por exemplo – e a outros canais. Assinatura padrão: 233,48 libras por ano. Para quem é do ramo, vale muito.
Aqui no Brasil, aliás, os jornalões continuam eufóricos com essa já velha novidade, o tal do iPad, e nele concentram sua atenção. O novo app do FT, assim como já fez a Playboy, pode ser um bom exemplo a ser seguido. Contanto, claro, que tratem de investir em conteúdo diferenciado e altamente especializado – como fazem Financial Times e, como não, a Playboy. Mas aí é outra história.
Ainda sobre o mercado britânico, e ainda MediaWeek: em seis meses, mais de 400 mil leitores do Guardian baixaram seu app para iPhone. Do total, 17% se tornaram assinantes. São 67 mil usuários pagando entre 2,99 libras (seis meses) e 3,99 libras (um ano).
Não dá nem pra reclamar.

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