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terça-feira, 7 de junho de 2011

Motorola recua e diz que culpa de devoluções de Androids não é dos apps

CEO afirmou que 70% das devoluções de smarts Android acontecem por causa de programas baixados no Market. Empresa diz que houve um mal entendido.

A Motorola resolveu desmentir as declarações dadas semana passada por seu CEO, Sanjay Jha, quanto ao impacto que os aplicativos de terceiros tem sobre o desempenho de smartphones com Android.
Na última quinta-feira, Jha falou que a falta de um controle central na Android Market favorecia o surgimento de programas, que, por mais que não sejam maliciosos, prejudicam o celular por consumirem muita memória ou bateria. O fato de um usuário poder utilizar muitos aplicativos ao mesmo tempo seria um agravante, segundo executivo.
“O Android é, de fato, multitarefa. Portanto, você pode rodar 64 softwares ao mesmo tempo”, disse durante a palestra. “Isso exerce uma grande influência sobre a experiência de uso, e estamos começando perceber que 70% de nossos smartphones devolvidos o são por causa de aplicativos de terceiros, que deixam o sistema muito mais lento”.
Segundo Becki Leonard, uma porta-voz da Motorola, as afirmações de Jha foram mal compreendidas – embora existam inclusive gravações com elas. Em comunicado, a empresa afirmou que 70% é o índice de dispositivos devolvidos por conta de problemas com software, não necessariamente aqueles baixados via Android Market.
“Ele não indicou que 70% dos smartphones devolvidos o são devido a problemas com aplicativos de terceiros, mas falou sobre os contratempos que eles podem causar, como menor autonomia de bateria ou lentidão do sistema”, afirma o texto.
Quando questionada sobre a existência de gravações que confirmam o que Jha teria dito, Becky Leonard rebateu: “Estamos tentando esclarecer que não era isso que ele quis dizer”.
A Motorola salientou que investe muitos recursos para que os desenvolvedores tenham as ferramentas necessárias para criar programas de alta qualidade. “Trabalhamos diretamente com os desenvolvedores, testamos os aplicativos e os adaptamos para que funcionem melhor em nossos aparelhos. No entanto, dada a quantidade de softwares na Android Market, não é plausível que examinemos todos”.
Transparência e qualidade
A qualidade dos softwares enviados à loja da Google é uma questão polêmica. Qualquer desenvolvedor pode disponibilizar sua criação no portal, e a Google só garante que apagará aquelas com códigos maliciosos – tão logo elas sejam descobertas. Outras plataformas, como as da Apple, Microsoft e Research In Motion (RIM) têm normas mais rígidas, exigindo que os programas passem por um processo  de aprovação antes de o download ser liberado.
Já que existem desenvolvedores de todos os estilos, é papel da dona do só estabelecer um padrão de qualidade, disse Al Hilwa, analista do instituto IDC. “Nesse sentido, a Apple faz um trabalho melhor que a Google”, avalia.
Por ser uma plataforma mais aberta, o Android tem grande apelo com usuários avançados e que toleram possíveis imprevistos. “Por outro lado, eu não recomendaria um smartphones com o sistema como presente para a sua vó”, finalizou Hilwa.
Especula-se que a gigante dos softwares esteja trabalhando para melhorar o nível dos aplicativos da Android Market, afirmou o analista. A companhia poderia, por exemplo, habilitar um processo automático, em que o desenvolvedor tenha de ter seu aplicativo testado por uma ferramenta – que examinará como ele se comporta em termos de consumo de memória e bateria – antes de enviá-lo à loja. 

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