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terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando habilidades levam a reflexões

Do ponto de vistas das habilidades, não há uma diferenciação entre o “cracker” e o “hacker”. Ambos se tratam de indivíduos com conhecimentos na área da informática, e que atuam “hackeando” sistemas, ou seja, realizando modificações dentro dos processos dentro de uma plataforma. O diferencial está no objetivo: nos tempos do TMRC estas adaptações eram para correções e melhoramentos nas miniaturas, hoje podem ir desde desbloquear novas funções aos aparelhos, passando por quebrar sistemas de segurança e até mesmo comprometer totalmente os sistemas.  Simplificando, começam a surgir dois objetivos: um mais nobre, voltado a melhora dos sistemas e um ganho no aproveitamento dos hardwares, e um mais obscuro, voltado ao ataque e comprometimento de sistemas e roubo de informações. Ambos os caminhos trazem ganhos para o indivíduo que realiza os hacks, porém um através do reconhecimento de agregar valor a um sistema, e outro através dos benefícios que consegue extrair através dos danos que implica a outras pessoas, seja por reconhecimento de ser capaz, retorno financeiro ou até mesmo prazer em prejudicar um grupo de pessoas ou empresa.

Quando falamos no prazer de realizar o “hack”, o termo pode abranger ambos os casos, tanto white quanto dark hat, já que o hacker é normalmente um entusiasta. Conseguir fazer algo, muitas vezes, é a maior motivação desta pessoa.

Assim o “cracker” e o “hacker” seriam uma polarização, dois elementos opostos, como escuro e claro, bem e mal, e é claro que inevitavelmente a “cultura nerd” esbarraria nisto tudo e descambaria para o dark side e o light side, em referência ao longa "Star Wars". Na cultura hacker surgiria também esta divisão, indicando o “caminho” do indivíduo: a cor do seu chapéu. Nasceria daí as expressões white hat (chapéu branco) e dark hat (chapéu negro) para diferenciar as pessoas que agem de forma lícita ou ilícita, seguindo a ética (no sentido social mais abrangente da coisa).

Assim um hacker do tipo white hat somente faz modificações pelo benefício de outras pessoas, ou invade sistema para verificar vulnerabilidades, sempre avisando o servidor ou a empresa responsável por ela de falhas que encontrar. Em oposição a ele, o do tipo black hat rouba dados pessoais das pessoas, derruba sistemas inteiros e muitas vezes esbarra em questões legais ou algo que na moral comum “
uma pu** falta de sacanagem”.
É tudo uma questão de qual chapéu combina mais com você
Se você acha que agora está ficando claro, espera que já vou deixar a coisa mais confusa. No meio disso fica o grey hat (chapéu cinza), o intermediário entre os dois polos. Debaixo deste chapéu ficariam os hackers que oscilam entre os “dois caminhos”, como quando transgridem a lei durante uma invasão, ou atacam um servidor apesar dos “objetivos nobres”, ações que um white hat testaria em um sistema próprio, e não diretamente no servidor em funcionamento. Muitas vezes seguem a filosofia “do fim justifica os meios”, fazendo atos ilegais por "causas nobres".

Mas a ética hacker não ficou presa à computação. Apesar de ser um dos centros de formação, a ideia do hack transcendeu os computadores (lembra do exemplo do basquete?). Estamos falando de uma nova ética para aspectos mais abrangentes da vida, metendo até o Weber na história.

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